Sobe para 65 número de mortos em Brumadinho; desaparecidos somam 279

0
1128

 

Agência Brasil

O número de mortos após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG), subiu para 65, segundo informações divulgadas pela Defesa Civil de Minas Gerais. Dos 65 mortos, 31 foram identificados.

A Defesa Civil informou que há 279 pessoas desaparecidas e 386 foram localizadas, entre funcionários da Vale e moradores da região. Há ainda 135 desabrigados. Segundo a Defesa Civil, foram resgatadas com vida 192 pessoas.

Para o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho, o momento não é para doações. Ele negou a existência de contas bancárias para doações financeiras.

A previsão é que as operações de resgate durem semanas devido às dificuldades de locomoção e dos trabalhos em si. As ações começaram há três dias. As operações hoje (28) foram retomadas às 4h, quando as equipes de busca conseguiram recuperar dois corpos que estavam no segundo ônibus encontrado submerso na lama de rejeitos.

Equipes do Corpo de Bombeiros conseguiu localizar o imobiliário do refeitório, no local estavam alguns corpos. Os bombeiros tiveram dificuldades ao longo do dia por causa dos drones que estão na região. Esses equipamentos atrapalham o sobrevoo das aeronaves da corporação.

Identificação

Para facilitar a identificação e o contato com as família, a Polícia Civil montará postos avançados na área de Brumadinho. O trabalho será desempenhado por profissionais de várias áreas, inclusive voluntários.

O delegado Luiz Carlos Ferreira disse que a Polícia Civil busca identificar os mortos o mais rapidamente possível. De acordo com ele, é fundamental que as famílias transmitam informações que facilitem a localização dos parentes, como detalhes sobre arcada dentária e fotografias.

Segurança

O porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago, afirmou hoje que não há registros de saques nem de atos de violência em decorrência da situação na região. De acordo com ele, o efetivo de policiais aumentou para 250 apenas na área atingida pela tragédia.

“Além do patrulhamento de helicóptero para que a sociedade seja resguardada”, destacou o major.

Perspectivas

O porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, apelou para que as pessoas, mesmo bem intencionadas, não tentem fazer o trabalho de resgaste sozinhas. Segundo ele, falsas informações prejudicaram as atividades de apoio.

Segundo o militar, as equipes israelenses ajudam no resgate das vítimas que estão no segundo ônibus. Os trabalhos serão interrompidos a partir das 22h e serão retomados às 4h da manhã. De acordo com ele, a topografia do terreno e a lama dificultam as operações de resgate.

Pela manhã, o tenente Pedro Aihara disse que é baixa a possibilidade de localizar pessoas vivas. “As chances são muito pequenas considerando o tipo de tragédia, que envolve lama”, disse, ao explicar que os rejeitos dificilmente permitem a formação de bolsões de ar. “É uma operação de guerra, que demanda esforços e compreensão de todas as partes”, concluiu.

Pará cria grupo de trabalho para prevenir acidentes em barragens

O rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, colocou outros estados em alerta. No Pará, um grupo de trabalho criado nesta segunda-feira (28) pelo governo estadual vai fazer um levantamento sobre a situação das barragens de mineração.De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do estado, Mauro de Almeida, o Pará possui 64 barragens cadastradas no Plano Nacional de Segurança de Barragens. Dezoito delas são consideradas de potencial dano e devem ser priorizadas na análise do grupo de trabalho.

“Isso não quer dizer que elas estão em situação precária ou que mereçam, a priori, atenção. A atuação do governo do estado é para prevenir acidentes. Esse é o foco do grupo de trabalho, para que a gente possa levantar informações e fazer um programa, um sistema de prevenção de acidentes”, disse o secretário.

A promotora de Justiça Myrna Gouveia diz que o Ministério Público do Pará também vai reforçar a fiscalização. Ela defende mudanças na legislação para evitar novos crimes ambientais: “Muitos defendem a flexibilização e o Ministério Público entende que a legislação atual precisa de ajustes, mas para que haja efetivo respeito aos princípios da precaução, ao princípio da prevenção, das melhores técnicas disponíveis. Essa é a nossa bandeira”

Os integrantes do grupo de trabalho devem ser indicados pelos órgãos públicos em cinco dias úteis. Eles terão 60 dias, prorrogáveis por mais 60, para entregar um relatório com os principais dados e definir um programa de prevenção a acidentes. As empresas de mineração também serão convidadas a participar dos trabalhos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui