Saúde alerta sobre os cuidados para evitar a doença de Chagas

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A doença de Chagas é uma condição infecciosa aguda e crônica causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. No Tocantins, foram notificados, entre 2007 e 2018, 47 casos; dentre esses, 39 foram por transmissão oral. Os surtos já ocorridos no Estado tiveram como fonte de contaminação a ingestão de alimentos como bacaba, açaí e palmito de babaçu. No norte do Estado, cerca de 30 pessoas que consumiram suco de bacaba no município de Araguaína estão em investigação. No dia 6 de fevereiro, iniciou a investigação dos casos, sendo que, até o momento, foram confirmados seis casos da doença de Chagas aguda, a investigação está sendo realizada pela vigilância epidemiológica de Araguaína, com orientações da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

De acordo com informações repassadas pela Gerência de Vigilância e Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas, os casos de doença de Chagas aguda foram diagnosticados por meio do exame parasitológico direto com resultado positivo para Trypanosoma cruzi. Esses pacientes adoecidos estão sendo atendidos pelo Hospital de Doenças Tropicais de Araguaína. Os demais casos suspeitos seguem em investigação, com a realização de exames.

Trabalho de vigilância e atenção à saúde

Os técnicos da Secretaria de Estado da Saúde recomendam, aos profissionais de saúde que atuam nas unidades básicas de saúde, atenção aos sintomas da doença de Chagas em pessoas que apresentem febre prolongada, por mais de sete dias, e os demais sintomas compatíveis com a Doença de Chagas Aguda (DCA).

A analista em Controle de Zoonoses estadual, Carina Graser Azevedo, destacou que é realizado um trabalho de suporte ao município de Araguaína neste momento. “Estamos trabalhando em conjunto com o município. Conforme a vigilância municipal levanta informações e repassa para a nossa área técnica estadual, esclarecemos dúvidas quanto à suspeita e à investigação da doença e orientamos o município a seguir os protocolos existentes quanto ao manejo correto do paciente chagásico nesta fase da doença”, explicou.

Carina também relatou que o Tocantins já tem um trabalho constante e reconhecido de vigilância e controle do vetor da doença de Chagas. “No Tocantins, ao longo dos anos, nós construímos um sistema de vigilância da doença, baseado em um processo de trabalho que monitora o vetor nos domicílios dos 139 municípios do Estado, realizando pesquisa entomológica através de busca ativa seletiva programada e busca passiva do vetor, o inseto barbeiro. Esta última é considerada o padrão ouro na nossa vigilância, pois essa ação visa estimular a população, por meio do trabalho de educação em saúde, a entregar insetos suspeitos de serem transmissores da doença de Chagas”, explicou.

Neste trabalho de busca passiva, o morador é orientado a capturar o inseto que invadiu o seu domicílio usando um saquinho plástico, onde ele captura sem tocar diretamente no mesmo, e entregar ao agente comunitário de Saúde. Esse profissional encaminhará o inseto à sua unidade básica de saúde, de onde o inseto será enviado para o laboratório de entomologia local, para ser identificado e examinado. Logo após o resultado, são desencadeadas as ações, dentre elas pode ser feita a borrifação, seguindo os critérios preconizados pelo Ministério da Saúde e também a investigação epidemiológica em todos os residentes do domicílio, caso o vetor esteja infectado peloTrypanosoma cruzi, desencadeando assim todos os procedimentos pertinentes à atenção básica ao usuário do SUS exposto ao risco de ter sido infectado, conforme preconiza a Secretaria de Estado da Saúde.

Principais sintomas

Febre prolongada por mais de sete dias, associada a edema de face e de membros, exantema, dores nas articulações, dor de cabeça, dor muscular, fraqueza, aumento de fígado e baço, cardiopatia aguda, manifestações hemorrágicas, sinal de Romaña e chagoma de inoculação.

Casos

No Tocantins, entre 2007 e 2018, foram notificados 47 casos de doença de Chagas aguda, 39 desses casos foram por transmissão oral, tendo como fonte de infecção os alimentos bacaba, palmito de babaçu e açaí.

O último surto ocorrido foi no município de Aparecida do Rio Negro, onde foram notificados 15 casos por transmissão oral (bacaba).

A transmissão da doença de Chagas pode ocorrer de diferentes formas:

• contato com fezes/e ou urina de triatomíneos hematófagos (insetos popularmente conhecidos como barbeiro, por via direta (vetorial);

• ingestão de alimentos contaminados com parasitos provenientes de triatomíneos infectados;

• via materno-fetal;

• transfusão de sangue ou transplante de órgãos;

· acidentes laboratoriais, pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material contaminado.

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