A hora da verdade: Paraíso do Tocantins e o eleitor que vota em outro município

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PARAÍSO DO TOCANTINS VISTA DO ALTO DA SERRA DO ESTRONDO

Da Redação

A cidade de Paraíso do Tocantins pode ter menos eleitores em 2020 do que o total que havia nas eleições municipais de 2016. Ao contrário dos cinco maiores municípios do Estado, a previsão é de regressão no número de votantes para a eleição do ano que vem.

Muitos fatores contribuem para a realidade que tende a se confirmar. Uma delas é o cancelamento de cerca de 2 mil títulos que ocorreu após uma revisão cadastral realizada recentemente pela Justiça Eleitoral. No entanto, nada justifica o fato de Paraíso ter cerca de 60 mil habitantes e apenas a metade desse total ser de eleitores.

O que ocorre, de fato, é um sério problema causado por muitos moradores que, apesar de residirem em Paraíso, eles fizeram, fazem e estão fazendo a transferência de seus títulos para beneficiar candidatos de municípios vizinhos. Muitas das vezes, por acreditarem em promessas e benefícios no dia da eleição.

Entre as cidades em que Paraíso contribui com o aumento de número de eleitores estão Chapara de Areia, Monte Santo, Pugmil, Pium, Barrolândia, Divinópolis, Marianópolis e até Oliveira de Fátima.

Porém, apesar de optarem por votar em outros municípios, esses eleitores preferem residir em Paraíso do Tocantins fazendo uso da sua estrutura de educação, da sua estrutura de saúde e de outros benefícios bancados pelo município.

Daí, a necessidade de as autoridades locais aprenderem a separar o “joio do trigo”. Se esse tipo de eleitor não quer ser cidadão paraisense preferindo votar em outra cidade, que ele também utilize os benefícios de lá. Ou que, pelo menos, não tenham prioridade sobre os que são verdadeiramente eleitores locais.

Como exemplo, pode ser citado as vagas nas escolas municipais. A preferência deveria ser para alunos filhos de eleitores da cidade. O mesmo ocorre nos postos de saúde bancados pela prefeitura. Não justifica o fato de muitos paraisenses ficarem sem atendimento, enquanto os leitores de outras cidades assumem as suas vagas.

Uma postura mais justa por parte da gestão municipal obrigaria o retorno do título de quem não se importa com a cidade em que vive. Se por opção o eleitor vota em Chapada de Areia, por exemplo, que a gestão vizinha também banque suas despesas com saúde e educação e demais necessidades que ele tiver.

Do contrário, o número de moradores e demandas de Paraíso continuará aumentando com o crescimento de sua população, enquanto seus eleitores vão desaparecendo ao longo do tempo, como ocorre atualmente. Além disso, os eleitores que votam fora são, em sua maioria, os que mais reclamam dos problemas da cidade.

Para crescer e oferecer qualidade na prestação dos serviços oferecidos à comunidade, Paraíso do Tocantins precisa se atentar para esse grande problema que acontece desde a década de 80. O município costuma ser um grande colaborador das vitórias de alguns candidatos a prefeitos de fora, enquanto, sequer, consegue eleger um deputado estadual para defender seus interesses.

A Hora da Verdade é agora. As transferências de títulos continuarão sendo realizadas pelo TRE até mais de 2020. Nesta data, a Justiça eleitoral dirá oficialmente o número de eleitores existentes no município de Paraíso.

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