Sem Despedidas: A solidão após internação e as mortes por covid. O que fazer?

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Da Redação

 

A solidão pós internação por covid está ligada ao alto índice de mortes?

 

Alguns especialistas tentam explicar, e ajudar, como reinventar a vida em tempos de pandemia, e ressaltam a Solidão do Isolamento como um dos grandes problemas.
As transformações acarretadas no nosso dia a dia por causa da covid-19 se expandem de forma ainda mais inexplicável nas famílias que já perderam um parente ou um amigo.
Porém, o sofrimento provocado pela doença chinesa transcende tudo o que já vimos até esta data. A grave situação vai além do medo de perder alguém que amamos, ou de perder a própria vida.
A dor imensa se aloja primeiro no paciente. De início existe uma espécie de tranquilidade pelos cuidados que se inicia ao adentrar a um Hospital. Com o passar dos dias, o próprio paciente passa a observar o distanciamento obrigatório, e não mais social, de seus parentes.
Pode ser uma imagem de céu e crepúsculo
HOSPITAL REGIONAL DE PARAÍSO – TO, EM 14 DE ABRIL DE 2021 – PORTAL BENÍCIO
Ele percebe que, após o primeiro dia de sua internação, já não poderá mais ver seus filhos, pais, cônjuges ou amigos, mesmo não estando em estado grave de saúde. É uma despedida sem nexo, porém real,
No dia a dia somente a presença de pessoas estranhas, como equipes médicas e outros doentes. Nem mesmo as mensagens pelas redes sociais (para quem ainda pode) afagam as ausências que vão ficando cada vez mais intensas.
A sensação de solidão chega e a euforia é inevitável. A partir desse momento, os pacientes mais nervosos, historicamente têm gravidade evoluída.
Do lado de fora dos hospitais o desespero atinge os familiares porque as notícias só chegam no final de cada dia.
Sem poder ver, sem poder tocar, sem poder afagar quem se ama ou dar uma palavra de conforto. Todos se sentem impotentes diante de um protocolo que foi estabelecido para separar o doente de seu cuidador natural, a família.
Se um médico ou um enfermeiro podem se aproximar de um doente de covid, porque um membro de sua família não pode?
Se é o sistema imunológico um dos fatores mais importantes para combater tal “peste perniciosa”, a presença de um familiar (mesmo que por pouco tempo e tomando todos os cuidados) não o ajudaria a reagir?
Para a maioria das famílias, a internação de um ente querido em estado grave com covid-19 não estaria sendo seu primeiro sepultamento, mesmo em vida?
Como avaliar a situação se a partir desse momento ele não pode mais ser visto, tocado ou amado presencialmente por seus familiares?
Porque só os estranhos podem se aproximar? Porque são profissionais? E antes dele ser levado ao Hospital, quem era o cuidador? Não era a família?
Diante de tantas perguntas sem respostas, e de uma situação ainda muito mal explicada, cabe questionar se as mortes provocadas pela covid-19 não estão, em grande parte, relacionadas à solidão imposta aos pacientes assim que são encaminhados aos hospitais.
Como manter o controle e relaxar estando doente e isolado entre estranhos?

Portal Benício

*Matéria produzida após relato de pacientes que já foram internados, inclusive intubados.

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