Da Redação
O primeiro partido que deveria realizar convenção de seu diretório no Tocantins era o Movimento Democrático Brasileiro – MDB, que tinha o dia 31 de maio como data de sua eleição para escolha da Executiva e Diretório Estadual. No entanto, essa data foi adiada para 2022.
Porém, nos bastidores, existem muitas especulações em relação à permanência da atual diretoria, que é presidida pelo ex-governador, Marcelo Miranda. A prorrogação do mandato foi feita pelo Diretório Nacional sem consultar as lideranças do Partido no Tocantins.
Demonstrando insatisfação com a atitude do MDB Nacional, grande parte dos membros da base do Partido, que é composta por cinco deputados estaduais, um deputado federal, um senador, 23 prefeitos, vários vices e mais de 200 vereadores, além de líderes dos diretórios municipais, aguardam novas decisões, no sentido de suspender a prorrogação e nomear uma Comissão Provisória, que teria 90 dias, prorrogável por mais 90, para convocar e organizar a eleição do MDB no Tocantins. Não há mais tempo hábil para convocação para eleição do Diretório.
Apesar do silêncio, parte dessas lideranças ameaça deixar o Partido caso não ocorra nova eleição ou nomeação de uma Comissão Provisória. O motivo, segundo relatos durante levantamento da reportagem, é o desgaste sofrido pelo presidente Marcelo Miranda, após sua prisão na Operação 12º Trabalho, da Polícia Federal em 2019. Miranda ficou preso durante 147 dias no quartel da PM em Palmas e só deixou o local no dia 19 de fevereiro de 2020.
O distanciamento do Presidente e o desgaste natural com a prisão de Marcelo Miranda, provocaram prejuízos ao MDB na eleição de 2020. O partido comandava 27 prefeituras no Tocantins e caiu para 23, ficando em segundo lugar atrás do DEM com 26 prefeituras.
Na atual situação, “a sigla corre o risco de perder várias de suas lideranças que detêm mandatos atualmente” avisou um emedebista.
Além disso, segundo as informações, nos últimos dois anos o MDB não conseguiu agregar nenhum novo líder para fortalecer sua disputa nas eleições de 2022. Com isso, a maioria dos atuais deputados estaduais correm o risco de não conseguirem de reeleger devido ao grande número de votos que iriam precisar na eleição do próximo ano.
O atual Presidente também estaria enfrentando desgastes em algumas cidades comandadas pelo Partido. Prefeitos que foram eleitos em 2020 estariam alegando falta de apoio do MDB em suas campanha eleitorais. “Muitos deles preferiram dispensar a presença de Marcelo Miranda em seus palanques devido a sua situação com a justiça” informou um filiado.
Nos últimos dias, o ex-governador e presidente do MDB, Marcelo Miranda, que foi eleito presidente do Diretório Estadual por aclamação no dia 3 de junho de 2019, tem conversado com lideranças de alguns partidos no Estado. Especula-se que ele estaria tentando articular uma candidatura ao Senado Federal, no entanto, o próprio Marcelo já avisou que não descarta uma candidatura, mas que nada está decidido ainda.
Os próximos dez dias serão decisivos para o futuro do MDB no Tocantins. O Partido, que sempre disputou os principais cargos no Estado, corre o risco de se tornar apenas um coadjuvante nas eleições de 2022, caso os problemas internos, e que ainda estão nos bastidores, não sejam resolvidos de fato.
*A reportagem entrou em contato com o Diretório Estadual do MDB mas foi informada que a pessoa responsável pela assessoria de comunicação do Partido só estaria presente no período da tarde. O espaço fica reservado para qualquer esclarecimento caso a diretoria tenha interesse.
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